Homeschooling é só a ponta do iceberg.
Harvey e Laurie Bluedorn escreveram que “O potencial para a verdadeira mudança da cultura está com quem renova e transforma a família, pois a família é o instrumento que Deus escolheu para transformar a cultura. Só por meio da transformação da família, a sociedade pode ser reestruturada para estar de acordo com a ordem cristã e com o governo da lei de Deus.”
Homeschooling é só a ponta do iceberg.
Sempre que estou falando sobre homeschooling com alguém, gosto de citar que o que eu encontrei foi como naquele exemplo de Mateus 13:44: “O Reino dos céus assemelha-se a um tesouro escondido no campo. Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o novamente. Então, transbordando de alegria, vai, vende tudo o que tem, e compra aquele terreno”.
Quando se inicia o homeschooling, começa-se a compreender que há inúmeras questões subjacentes ao processo de ensinar. Não me refiro ao processo em si, mas ao processo como um todo. O que se encontra é indescritível. Muitas das coisas são espirituais, com certeza. São de fato, indescritíveis. Algumas outras são passíveis de descrição, mas, não os garanto que consiga expô-las aqui da melhor maneira possível.
O ponto central da questão é a família, bem descrita na citação inicial. A família é o eixo, o motor que move tudo. É o meio pelo qual Deus quer transformar a sociedade. Quando se inicia o homeschooling, inicia-se um processo inevitável de retorno ao que de fato importa, o principal. É como um retorno ao Éden. Para que as questões fluam é preciso um ajuste de rota, um olhar para o centro, para Deus, para os filhos, para o esposo, para a esposa, para o lar.
Se voltar para o lar é uma das principais questões a serem resolvidas pelas famílias modernas. Tudo busca afastar a família dos seus, daquilo que realmente importa. As questões financeiras começam a tomar lugar e serem seus deuses sem que eles menos esperem. Tudo começa a se tornar prioridade. Eu costumo dizer que há inúmeros órfãos de pais vivos. Sim, isso mesmo. São aqueles pais que estão dentro da mesma casa, mas não abrem o coração com os seus. É sobre aquela máxima: mais presença e menos presente. E é isso que eles, os filhos, querem. Presença.
Quando se volta para a família, consequentemente o simples começa a se tornar mais importante. A simplicidade das coisas, do belo, das pequenas coisas e atitudes começam a te envolver ao ponto de não ser possível voltar. A apreciação do belo se torna uma prática mais comum. Uma simples refeição com a família toda na mesa enquanto se inculca aquilo que precisa ser inculcado se torna um evento digno dos grandes livros.
No livro de Deuteronômio capítulo 6 e verso 7 diz: ” e as ensinarás diligentemente a teus filhos, e falará delas, quando assentares em tua casa, e quando andares pelo caminho, e quando te deitares, e quando te levantares”.
Com isso, compreendemos que é a todo o tempo que devemos ensinar os nossos filhos. Os pais devem ensiná-los enquanto comem, enquanto trabalham, enquanto caminham, enquanto descansam e de forma diligente. O homeschooling, então, se torna algo comum a família e algo que ocorre a todo o tempo. É uma experiência que a família começa a viver em que tudo tem a ver com a educação ao mesmo tempo em que tudo tem a ver com a família e Deus. É o propósito, a vocação.
Eu diria até que aqueles que estão buscando compreender seu propósito devem entender que se são pais, automaticamente receberam um encargo de Deus e devem cumprir juntamente com qualquer outra vocação em que possam desempenhar, a educação dos seus filhos de forma diligente e em todo o tempo.
Arriscar-me-ia dizer também que a família e a educação dos filhos são como aquelas responsabilidades descritas em Mateus 25, na parábola dos talentos. Todos os servos foram cobrados pelo zelo com os talentos recebidos, inclusive aquele que recebeu apenas um e escondeu. Por esconder o talento, recebeu as consequências pelo seu medo, pela falta de coragem e pela sua falta de prudência ao deixar de fazer aquilo que deveria ter feito.
No fim, tenho descoberto que o homeschooling é apenas a ponta do iceberg. O prazer das demais coisas que acontecem durante a caminhada são tão gratificantes do que a “desculpa” de praticar a educação domiciliar. Digo ainda que se torna mais fácil adotarmos os filhos novamente ao trazê-los para o lar do que qualquer alternativa que se possa oferecer em uma bandeja.
A responsabilidade de ensiná-los é exclusivamente dos pais e a bíblia deixa isso muito claro. Finalizo ao deixá-los com os seguintes textos bíblicos referentes a esta responsabilidade.
Deuteronômio 6:4-9 | Romanos 12:1-2 | Provérbios 7:1-3 | 2 Timóteo 1:3,5 e 3:14-15 | Salmo 127: 3 | Efésios 6:1,4.
